"Toda a gente é interessantese a gente souber ver toda a gente.
Que obra-prima para um pintorpossível em cada cara que existe!
Que expressões em todas, em tudo!
Que maravilhosos perfis todos os perfis!
Vista de frente, que cara qualquer cara!
Os gestos humanos de CADA QUAL,
Que humanos os gestos!"
Álvaro de Campos
"Somos pedaços de lata, mas não somos entulho; somos ferramenta, sabemos"
"No final das contas, de alguma forma rebelde sabemos; somos de uma importância estúpida"
"Saudade é a sensação de estar deixando algo que era importante deixando ir embora"
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Sensibilizando nossos olhares
As diferentes representações formuladas, interpretadas,
advindas do imaginário, de imagens percebidas por
olhares diversos que buscam um sentido, são
construídas segundo ópticas particulares de vida e do
mundo de indivíduos, grupos, comunidade, ou classes.
Os feixes de luz que atravessam o prisma do imaginário e
representação refratam, então, a alteridade e o
multiculturalismo.
Uma lente não é igual a outra. As lentes variam
entre si: côncavas, convexas, planas, assim como
variam também as pessoas que as utilizam. Em
muitas situações podemos querer ver sem
enxergar (tudo), ou enxergar sem ver... depende
da distância, da luminosidade, do foco, da abertura
da lente, da velocidade da exposição, do
enquadramento, e da sensibilidade de cada olhar.
O desvelar e o entrecruzar de olhares
impõem-se como desafio para a
compreensão do homem e do humano...
As lentes do olhar filtram, de acordo
com os paradigmas culturais, as
luzes, cores, matizes, tons... e nós,
quase sempre, instigados pela
curiosidade, buscamos sentidos e
significados: uma interpretação, que
se harmoniza, ou não, com outra
interpretação...
Mas Fernando Pessoa tinha um olhar artístico...
Olhar artístico...
De quem compreende na arte não
somente uma pura e fiel
representação da realidade, mas do
olhar que cria e recria: estiliza e
reconstrói, e com novas formas e
luzes, projeta uma imagem irreal a
ser alcançada pelo nosso olhar.
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